The day I met Yoko Ono…

Segunda-feira 2/4 fomos ao Borderline, uma casa de shows com cara de pub bem próximo da Soho Square (onde fica o prédio da MPL), para assistir a mais uma performance de James McCartney.


O show de James foi muito parecido com o que assistimos em dezembro passado no Barfly. Um pouco mais curto: desta vez não houve bis!
James McCartney parece um pouco mais “solto”, embora ainda cante a maior parte das músicas de olhos fechados! Alguns sorrisos inclusive… Continua interagindo muito pouco com a plateia e faz mínimas apresentações das canções.


A banda, muito boa, torna as canções mais “pesadas” do que encontramos no lançamento oficial em CD e algumas delas já se destacam como favoritas do público – “Angel” e “I Don’t Want To Be Alone”, esta em particular com um notável refrão digno do velho Macca!


Bem, vamos às curiosidades: Já tínhamos estado no Borderline assistindo a um show do norte-americano J.J.Grey & Mofro, um cantor e compositor que mistura blues/rock/country – muito interessante, por sinal – e já conhecíamos o espaço. Chegamos cedo para escolher o melhor lugar, tentando prever por onde um possível convidado ilustre poderia entrar, para nos posicionarmos estrategicamente… Junto de nós alguns representantes do James McCartney Fan Club – isso mesmo ele já tem fã clube! E alguns fãsnáticos do velho Macca prestigiando a segunda geração…

Pois bem, poucos instantes antes de começar o show, para surpresa de todos, entra ninguém menos do que Yoko Ono!! Ela fica bem junto à lateral do palco em área reservada e protegida por seguranças mas ainda assim muito próxima de nós. Próxima o suficiente para, em determinado instante, por entre os seguranças, eu a chamar pelo nome e solicitar uma foto, ao que ela prontamente atendeu me dando um exclusivo sorriso…


Yoko permaneceu durante todo o show muito alegre e interativa, parecia animada com tantos flashes, permitindo até que duas garotas da plateia – a brasileira Ana era uma delas – passassem pelos seguranças e fossem dançar com ela!!!


Yoko Ono, com esta atitude de prestar apoio ao filho de Paul e, principalmente, com a naturalidade com a qual a realizou, contribuiu bastante para reduzir a rejeição que ela sofre há muitos anos. Inclusive minha!!! Então… Dá para avaliar a crise de valores que eu estou enfrentando?
De acordo com o Daily Mail, Stella McCartney também estava presente, mas não a vimos nem ouvimos comentários sobre isso durante o show…


James ainda retornou, pelo fundo da sala, para receber o público para fotos e autógrafos. O número de pessoas interessadas desta vez era maior do que o tempo disponível e não nos foi possível chegar junto dele para novo autógrafo (Infelizmente Ader….vou mandar apenas o ingresso). Desta vez havia muitos jornalistas assistindo ao show e James logo foi chamado para dar entrevistas. Como a maioria deve ter lido, as matérias dos sites de notícia no dia seguinte ao show mencionaram uma possível reunião dos filhos dos Beatles para um trabalho conjunto. The Fab 4 Junior? The Young Beatles? Pouco provável, mas até que seria divertido!

James McCartney ao vivo

Ontem fomos assistir ao show de James McCartney no Barfly, em Camden Town.
Barfly é um pub bem charmoso, que possui no andar de cima uma sala especial, com um palco para pequenos shows. Calculo que, bem acomodados (todos de pé), o salão pode receber até umas 80 pessoas. O serviço de bar funcionando, possibilitou tomarmos nosso pint enquanto aguardávamos o início da apresentação. E tivemos que esperar bastante… A abertura da sala de shows estava programada para as 19h mas o show de James só começou às 22h.

Após uma curta apresentação de Ben Goddard, uma banda iniciante (com boas canções, por sinal…), entram James McCartney e seu grupo.

Ben Goddard e sua banda

James tem músicos de apoio bastante bons, particularmente o baterista. As versões ao vivo de suas músicas são carregadas de um peso bem maior do que as gravações oficialmente lançadas. Talvez ele queira se distanciar das inevitáveis comparações com o pai, tornando sua performance bem mais heavy.

Em alguns instantes, não dá para negar que nele está presente o sangue do velho Macca. Na ótima canção “I only want to be alone” é difícil imaginar que o refrão não tenha a contribuição do pai. Afinal, como Maurício Kubrusly muitos anos atrás descreveu, Paul faz canções “esparadrapo”: você ouve e ela “gruda” imediatamente. O refrão dessa música tem essa mesma característica.

James se encaminha para também ser um multi-instrumentista – passeia por guitarra, violão e teclado com bastante intimidade.

Falta ainda a James McCartney desenvoltura no palco. Muito tímido e contido, ele no máximo anuncia o título das canções. Nada de sorrisos ou qualquer tipo de interação com a plateia. Nem os nomes dos músicos que o acompanham (e muito bem) são anunciados.

Para dar suporte a sua voz, ainda insegura, a banda poderia proporcionar um apoio de backing vocal, especialmente nas canções mais pesadas.

Mas deve ser muito difícil ser filho de um dos maiores gênios da música de nossos tempos.  James está pagando esse preço, mas acredito que trilhando um caminho correto e seguro. Pequenas apresentações, low profile total.

Um fato, porém, poderia colocar a perder o foco na performance da banda.

Mal iniciado o show entram na platéia Paul, Stella e Mary McCartney, juntos com Rusty Anderson da atual banda de Paul. Muito animados – sobretudo Paul e Stella – logo se fizeram notar, com os “huhus” bem típicos de Paul.

Não há como evitar desviar o olhar do palco em uma situação dessas, especialmente quando estão a menos de dois metros de você…

Huhu!!!!

Assistir ao show de James já seria um prazer enorme. Tendo ao meu lado o velho Macca e suas filhas torna a experiência muito mais que memorável.

Apesar de Stella tomar uma atitude de proteção ao pai, tentando evitar as fotos, consegui algumas para documentar esse momento.

Autografando nosso CD

A Segunda Geração (2)

Sean Lennon


O filho de John com Yoko está no caminho da música desde bem cedo. Sua estreia em disco foi aos 6 anos, recitando um poema no disco que Yoko gravou em 1981, Season of Glass.
Compôs com Lanny Kravitz e logo formou sua primeira banda, a IMA, em 1995, basicamente para acompanhar Yoko em seus trabalhos. Gravou e tocou ao vivo com o grupo Cibo Matto até lançar seu primeiro trabalho individual, Into The Sun, em 1998.

Em 2006 lançou seu segundo disco solo, Friendly Fire, no qual mostra acentuado desligamento do mundo alternativo excessivamente influenciado por Yoko e nos apresenta um pouco mais do que seu pai pode ter lhe deixado como herança em seu DNA.

Ouça esta faixa do álbum Friendly Fire: Wait For Me – Sean Lennon

Sean tem mantido uma carreira de músico de estúdio para vários artistas, produtor musical (inclusive para Yoko), trilhas sonoras para filmes, além de ter seu próprio selo, denominado Chimera.
Sean foi o responsável pelo lançamento internacional de um CD tributo a Arnaldo Batista. Em outubro de 2000, no Free Jazz Festival, no Rio de Janeiro, Sean convidou Arnaldo a subir ao palco e cantar com ele “Panis Et Circencis” em inglês, no final de sua apresentação.

Dhani Harrison


Todos conhecemos o filho de George, como músico, pela sua participação na conclusão do álbum Brainwashed, junto com Jeff Lynne, com material que George, infelizmente, não teve tempo para finalizar.
Um pouco depois, no maravilhoso concerto em homenagem ao pai, Dhani esteve no palco acompanhando todos os grandes amigos de George que lhe prestavam ali seu tributo. A semelhança física de Dhani com George é tanta que Paul durante o show faz uma brincadeira dizendo que todos ali, velhos amigos e conhecidos, tinham envelhecido e apenas George se mantinha com aparência jovem.
Dhani, na verdade, já tem uma carreira individual há algum tempo. Seu grupo thenewno2 (The New Number 2) gravou um EP e um CD, lançados em 2007, e, em setembro deste ano lançou mais um EP. Todos disponíveis apenas para download na NET.

Ouça: So Vain – Thenewno2

James McCartney

O filho de Paul também já se iniciou na carreira de músico. E na verdade com um pequeno (!!!) empurrãozinho do pai. Em 1997, James é creditado pela sua participação como guitarrista no disco Flaming Pie de Paul e, em 2001, novamente é creditado na ficha técnica do álbum Driving Rain, mas agora não só como músico. James é também coautor de duas das faixas do disco.
Em 2010, James McCartney lançou seu primeiro EP, Available Light, com quatro composições suas e uma regravação de “Old Man”, de Neil Young, disponível apenas para download na NET. Após críticas positivas e boa recepção, James retornou agora e lançou outro EP, Close At Hand, com mais seis composições suas – e produção de Davis Khane e Paul McCartney.

Ouça uma das faixas: I Only Want To Be Alone – James McCartney

Para o próximo dia 8 de novembro está programado o lançamento do CD The Complete EP Collection, uma compilação desses dois EPs acrescidos de 5 faixas bônus inéditas, uma delas inclusive é uma canção composta por James em homenagem ao pai: “I love you Dad”; além de um cover de Carl Perkins, “Your true love”.